Na constelação familiar, informações que estão no inconsciente coletivo vêm no campo morfogenético atemporal.
Para ficar claro, vamos por partes.
Talvez, você já tenha ouvido falar de Rupert Sheldrake. Ele é um dos biólogos mais controversos de nosso tempo e propõe a ideia dos campos morfogenéticos, que ajudam a compreender como os organismos adotam as suas formas e seus comportamentos característicos. Morfo vem da palavra grega morphe, que significa forma; genética vem de gêneses, que significa origem.
Os campos morfogenéticos ou campos mórficos são campos que levam informações, e não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois de ter sido criado. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. (Sheldrake, 1981).
Esse conceito pode ser simples de ser absorvido se você entende de energia, de física quântica, de vibrações; entretanto, para muitos, é um conceito intangível, que não se é possível pegar e, por isso, torna-se mais difícil de entender. Então, caso tenha interesse de entender isso, fica aqui meu conselho: seja um representante em uma constelação, permita-se sentir as sensações, esteja aberto ao novo. Todos que eu conheço e fazem sua primeira representação ou constelação dizem: “O negócio é louco mesmo”.
Sabe por que as pessoas falam isso?
Porque, para alguns, ter sensações estranhas no seu corpo durante um processo de representação não faz sentido algum, mas, quando se é permitido e o cliente explica o que fez sentido para ele, tudo fica mais claro para quem representou e, então, tudo o que parecia sem sentido começa a ter um significado.
Vou dar um exemplo:
Recentemente, fiz uma constelação em que solicitei para entrar no campo uma representante da avó da cliente. Ao entrar, essa representante disse:
— Não me sinto parte desse sistema, não tenho amor por ninguém, estou alheia a tudo e a todos.
Foram essas palavras ditas pela pessoa que entrou, que nunca viu a minha cliente e entrou no campo para representar a avó dela.
Para você, faz sentido a avó estar alheia ao sistema familiar?
Posso afirmar que, para a maioria dos representantes, não fazia sentido a avó ter essa sensação, mas a cliente revelou que fazia total sentido para ela, pois a avó não tinha sido parte do sistema, o avô havia levado o pai dela muito pequeno embora, o pai dela não conheceu a mãe e, como o avô já havia falecido, não tinha como buscar o paradeiro da avó.
Você deve estar se perguntando: como pode isso?
Então, eu faço uma analogia muito simples: imagine que você está na cidade de São Paulo e quer sintonizar uma estação de rádio; então, você liga o rádio, sintoniza a rádio e ouve sua estação preferida, certo?
Na constelação, o representante entra em sintonia com o campo da pessoa que ele está representando. Vale frisar que, para entrar no campo de uma pessoa, é dada a permissão pelo cliente. A pessoa que está sendo representada pode estar ou não viva e, por isso, o campo é transgeracional, uma vez que pode acessar o campo dos antepassados do sistema, e é atemporal, podendo acessar outras épocas.
Concluindo, digo que é como sintonizar uma estação de rádio. Quando sintoniza, você obtém as informações desse campo.